Aproveitar a água da chuva para regar as árvores nas zonas urbanas.
Em todo o mundo, existem cada vez mais zonas urbanas. As zonas naturais passam a ruas cobertas por edifícios, com estradas de alcatrão e pouco mais do que alguns jardins. Ainda que possam ser reduzidos, estes espaços verdes têm um papel essencial nas cidades e na saúde dos habitantes.
Há medida que as alterações climáticas provocam o aumento das temperaturas e das ondas de calor, a população de Adelaide, na Austrália, procura soluções para melhorar a saúde das árvores nas ruas, cujas copas têm vindo a diminuir, e que são fundamentais para criar sombra.
Uma investigação da Universidade de Flinders decidiu apostar no aproveitamento da água da chuva, uma alternativa mais sustentável, económica e com benefícios para o ambiente – já que previne a contaminação dos ecossistemas marinhos. Os testes foram realizados em várias árvores Cinamomo (Melia azedarach), recorrendo ao dispositivo de captação e infiltração de água Treenet Inlet da Space Down Under, que interceta o escoamento de águas pluviais das estradas e transporta para o solo. Os resultados demonstraram que as árvores começaram a transpirar em média mais 17% de água, e mais 21% durante a estação mais seca. Foi ainda observada uma taxa superior de 169% de fotossíntese. Em termos de tamanho, as árvores cresceram mais 65% em altura e mais 60% em diâmetro, com a rega de águas pluviais.
“O aumento da impermeabilização da superfície da terra devido à urbanização e à construção de casas e infraestruturas diminuiu a infiltração de chuva no solo, diminuiu a cobertura vegetal e aumentou a procura pelos recursos hídricos da rede”, explica a autor principal do estudo, Xanthia Gleeson. “Em resultado, os projetos de gestão de água da cidade que utilizam a captação e infiltração de águas pluviais são cada vez mais combinados com a vegetação urbana para apoiar a adaptação e a resiliência às alterações climáticas.”
O artigo foi publicado na Frontiers in Climate.